sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Produtividade energética


Jornal i
09 de Junho de 2009

Todos os economistas concordam que a receita para um crescimento económico sustentável é a produtividade. Sem aumento de produtividade, o crescimento económico resulta sempre num aumento da inflação. Quando se diz produtividade, pensa-se em sobretudo em produtividade do factor trabalho. Pois bem, existe outra produtividade que tem cada vez mais um papel central: a produtividade energética.
É fundamental, para um país como Portugal, melhorar a produtividade energética. Por um lado, as importações de produtos energéticos representam cerca de 50% do deficit dab balança comercial, por outro lado, os custos da energia vão continuar a sua trajectória ascendente nos próximos anos. No entanto, a intensidade energética (consumo de energia primária por um milhão de euros de PIB), em Portugal, tem continuado a divergir da média europeia. A produtividade energética deveria presidir a todas as decisões de política energética, o que não acontece hoje. Um exemplo: a electricidade em Portugal continua a ser subsidiada, sendo os preços do kWh eléctrico mantidos artificialmente baixos pelo Estado, através do deficit tarifário. Ou seja, o incentivo é perverso: quanto mais energia eu gastar, maior é o valor total que o Estado gasta em subsídio à minha energia. Os custos de ser ineficiente são mais baixos e os investimentos em eficiência energética menos atractivos. Como podemos esperar mais produtividade energética dos agentes económicos quando incentivamos o seu contrário?

32 comentários:

Anônimo disse...

Este é um ponto bastante importante a ser focado. Na questão final do post encontramos uma das grandes falhas políticas do nosso pais, que é a consciencialização da população. Ao manter o "preço do kWh eléctrico artificialmente baixo pelo Estado", a necessidade em poupar energia só é respeitada pelos mais informados e atentos ao panorama em que vivemos. Como sabemos, grande parte pa população portuguesa não pertence a esse grupo e baixando os subsídios do Estado neste aspecto, poderíamos icentivar e dar conhecimento da crise actual.

Lúcia Silva, nº34604

Anônimo disse...

Sobre este assunto, acho que é fácil atribuir as culpas ao consumidor final sobre os maus valores da intensidade energética em Portugal, e esquecer o papel de todos os outros intervinientes.
Segundo o relatório de Setembro de 2009 da Autoridade da Concorrência, no segundo trimestre de 2009, na Europa a 27, Portugal foi o 5º país com a produção de gasolina e gasóleo mais caros, antes de impostos. Estes valores são indicadores de que é mais caro transformar esta energia em Portugal que na maioria dos outros países Europeus. De acordo com este artigo do jornal I, esta energia cara, é utilizada com pouca eficiência, uma vez que a nossa intensidade energética está a divergir da média Europeia (assumo que no mau sentido). Acho que é essencial intervir tanto no sector produtor, como no distribuidor e também no sector utilizador, de modo a que sejam tomadas medidas efectivas quanto à sua optimização em termos de eficiência energética, bem como sensibilização para o uso mais racional da energia por parte dos consumidores doméstcos e não domésticos.
Nenhuma medida que potencie uma melhoria na produtividade energética, será realmente efectiva se não for acompanhada pela diminuição da dependência dos combustíves fósseis (importados), em detrimento das fontes de energia endógenas, tais como as energias renováveis.
Quanto á afirmação de que o estado mantém artificialmente baixo o preço da electricidade, deve-se ter em conta que é da responsabilidade do mesmo estado o facto de Portugal ser um dos Países Europeus que mais impostos cobra sobre o preço da electricidade (cerca de 30% da factura final são impostos). Por outro lado se olharmos para o salário mínimo em Portugal vê-se que estamos a meio da tabela entre os países europeus, mas curiosamente todos os países com um salário mínimo inferior ao nosso, tiveram todos um maior crescimento no periodo de 2000 a 2008 (dados do Eurostat).
Acho que a subida de preços ao consumidor, deve se analisada com cuidado, uma vez que não deve ser só este a pagar pelas ineficiências dos sistemas produtivos de energia, desde a produção até ao consumo, passando pela responsabilidade de quem define as estratégias de gestão energéticas e dos impostos cobrados.

Carlos Carolino

Unknown disse...

A preocupação sobre os preços cobrados pela energia eléctrica que consumimos não equivalerem ao preço real que nos deveria ser cobrado é um indicio da “recente” inquietação sobre a temática eficiência energética. Durante anos a nossa lei impedia uma actualização de preços acima da inflação e inevitavelmente os consumidores não modificaram o padrão de consumo crescente e a falta de esclarecimento sobre o assunto dificulta a actualização de preços pois constituirá uma critica negativa por parte da opinião pública para o governo, o qual nem sempre está disposto a aceitar.
Numa política de aumento de produtividade este assunto torna-se ambíguo pois pretende-se promover a eficiência energética na transformação de produtos mas ao mesmo tempo as empresas são beneficiadas com preços mais baixos com base no fundamento de que não se pode reduzir a competitividade das mesmas por razões de energia. Uma politica de preços mais equitativos, para independentemente do tipo de consumo, levaria certamente à consciencialização da prática de um consumo parcimonioso.

Clarisse Magarreiro, 34590

Ana Bastos disse...

Num panorama de desenvolvimento sustentável, será necessário assegurar igualdade de acesso ao consumo de energia a nível mundial - aproximando os padrões de consumo dos países industrializados, do países ainda em vias de industrialização.
Nesse caso, a equidade global no acesso à energia não se coaduna com a perspectiva ainda vigente nos países industrializados da necessidade do aumento da "produtividade",do crescimento económico baseado no PIB, e de outros indicadores que dizem mais respeito à "quantidade" do que se produz, do que à qualidade do que se produz ou da sua utilidade na melhoria da qualidade de vida das populações.
A meu ver, o PIB é um indicador falacioso como única medida do desenvolvimento de um país, já que não contempla outros factores associados ao bem-estar humano.
Se a economia se baseasse num outro modelo que não o do aumento quantitativo exponencial, talvez houvesse mais espaço para a redução redução real do consumo energético, quer pela melhoria da eficiência energética, quer por um melhor uso do valor do trabalho e pela limitação do desperdício.

Anônimo disse...

A maioria da Europa utiliza a taxa normal de Imposto sobre o Valor Acrescentado para produtos energético (entre 16% e 25%), mas Portugal tem uma taxa de IVA de 5% sobre o gás natural ou a electricidade. Esta taxa reduzida é um subsídio ao consumo de electricidade, baixando o preço da electricidade. Os subsídios fomentam ineficazmente qualquer alteração comportamental num agente, seja ele económico ou social. O impacto económico desta situação, em uso contínuo na nossa sociedade, corresponde a uma transferência considerável dos contribuintes para os consumidores de electricidade, na ordem dos 100-150 milhões de euros.

Recentemente, a Entidade Reguladora do Sector Eléctrico (ERSE) propôs um aumento de 2,9%, e informou que o preço da electricidade vai subir em 2010, apesar da inflação negativa e da queda no preço dos combustíveis. Esta actualização é justificada com o aumento dos custos de produção, com dimunuição das vendas de electricidade, com as amortizações e os juros da dívida gerada pelo défice tarifário. O Governo impediu as eléctricas de subirem os preços pelo valor de mercado e suportou esses custos. Em 2009, o défice deverá ficar nos mil 890 milhões de euros.
Esta subida afectará a factura mensal das famílias e empresas portuguesas de igual forma.

Por outro lado, o Governo português prevê solucionar esta situação avançando com privatizações em empresas como a REN – Rede Eléctrica Nacional, EDP e Galp, onde o capital vai ser adquirido, na totalidade ou em parte, por privados.

Cátia Silva Albino

Hugo Alves disse...

Após a leitura desta pequena informação a ideia que fica e de que tudo se encontra ao contrário, de forma desordenada e com um fim menos bom, o que eu não concordo.
Não concordo porque nesta fase estamos em plena mudança de acordo com as medidas impostas pela comunidade europeia para 2020. Assim apesar de não pareçer estamos em fase transitório,como exemplo basta reparar nos investimentos na energia eólica,na minha opinião esta é fase de promover o investimento para que este seja rentavel, uma vez que estes envolvem milhões de euros.

Estes investimentos vão a médio e longo prazo diminuir a dependência que os paises não produtores de Petróleo têm deste.

ou seja estamos perante mudanças
muito importantes, mas que demoram o seu tempo, requerem elevados investimentos e incentivos dos governos.


Hugo Alves

Anônimo disse...

I had no idea that subventions for electricity prices are still existing! In the common European Framework it is stated that prices should be build by supply and demand under transparent and none-discriminating conditions for all market participants. In terms of electricity prices it has always been an issue driven mainly by political forces. An industralization policy of Portugal which is subventioning electricty prices is under a free market not a long term solution. This has already been seen in Australia and Brasil. Therefore electricity prices under the electricity generation costs (electricity prices which are not covering the cost of production) have to be corrected in the long term under the pressure of the market. The main problem Portugal is facing is a geographical one - the only neighbour country is Spain - and this is the reason why the free makret mechanisms are not working that well. I completely agree with the statement that subventioned electricity prices are restricting the developement of energy efficiency. Also in terms of economical issues it is proven that the choises of location of industrial companies are not based on the fact of low electricity/energy prices which are just unnaturally low because of subventions. As already mentioned these subventions will not work in the long term and the choise of a location for a company is driven by long term price factors.

Lukas Fritz

Anônimo disse...

Penso que podia partir do Estado Português a iniciativa de uma utilização de taxas para a energia mais elevadas, equiparadas às usadas por vários países europeus.Isso podia funcionar como uma forma de incentivar (ou mesmo obrigar) à adopção de práticas mais eficientes .Como diz na notícia, não podemos esperar mais produtividade se incentivamos o seu contrário.

Rúben Teixeira

Anônimo disse...

Como no artigo se conclui, um crescimento económico sustentável em Portugal está fortemente aliado a uma maior produtividade energética, portanto concordo que as políticas do sector energético devem privilegiar a produtividade energética, com a condição de que esta seja eficiente e sustentável a nível energético e a nível ambiental. Deve haver uma atenção grande nestas políticas também, para que no consumo se privilegie a eficiência energética. Julgo que se devem criar mecanismos políticos e até legais que privilegiem um consumo eficiente de energia, ou pelo menos impossibilitem consumos energéticos exagerados e totalmente desnecessários. Julgo que faríamos assim uma melhor gestão de energia, que tornaria a nossa economia mais sustentável, que permitiria também, por sua vez, um investimento mais facilitado em tecnologias rentáveis e “limpas” de produtividade energética.

Rui Reis

Anônimo disse...

No comentário do Jornal i publicado a 9 de Junho de 2009 por Ricardo Costa Jorge, podemos constatar que as políticas nacionais não consideram a produtividade energética. Com a intensidade energética, em Portugal, a divergir da média europeia e o contínuo aumento dos preços de energia há que tomar medidas para recuperar o atraso do país face aos restantes países da união. A produtividade energética deveria ser um dos grandes objectivos da política nacional no entanto, existe um recurso inadequado ao subsídio das tarifas eléctricas que no fim de contas não promove a produtividade e a competição positiva entre os consumidores / produtores.
Atribuir o valor do kWh sem recurso a subsídios não é uma medida popular mas mais dia menos dia será um imperativo na nossa política, ao atribuir um real valor a energia temos uma enorme sensibilização para o valor deste recurso essencial para a nossa vida. A política portuguesa não pode ignorar os valiosos dados fornecidos por estes indicadores e de estabelecer pontos de contacto entre estes a realidade na qual estamos inseridos para tomar medidas fulcrais para o nosso futuro.

Ricardo E.Santo

Anônimo disse...

Concordo com o que é referido no post quando se diz que "a receita para um crescimento económico sustentável é a produtividade". No entanto há que ter em consideração se tudo isto é mesmo feito de modo eficiente e sustentável. Penso que um dos desafios mais importantes passa por conseguir optimizar o processo de aumento de produtividade tornando-o o mais rentável possível, economizar energia é uma preocupação que deve ser cada vez mais necessária e deve partir de todos nós, o processo de consciencialização é também cada vez mais importante, tal como outras medidas que devem partir do governo,como é referido no exemplo do artigo, concordo com alguns colegas quando referem que seria eficaz para uma redução da factura energéica um aumento das taxas impostas pelo estado.

Vanessa Sasportes, nº33454

Anônimo disse...

Portugal é um dos países europeus com menor eficiência energética e a nossa taxa de crescimento de intensidade energética tem de ser travada a todo o custo. Para que este objectivo possa ser alcançado é necessário um esforço conjunto que se traduza numa utilização da energia de que dispomos de forma mais eficiente. É preciso que se aposte seriamente na diminuição do desperdício energético e na conservação de energia para se poupar o ambiente e combater a dependência energética externa que actualmente nos espartilha. A economia nacional é gravemente afectada, não apenas por causa da nossa dependência energética externa, mas também devido às pesadas multas que nos são aplicadas pela comunidade europeia por poluirmos para além dos limites impostos por lei. Para ultrapassar a situação em que nos encontramos e conseguirmos cumprir as metas europeias que prevêm que até 2020 se aumente em 20% a eficiência energética e se diminua em 20% as emissões de gases com efeito de estufa, é imprescindível que se tomem, urgentemente, novas medidas políticas sérias e eficazes.

Rita Machado

André Enc disse...

Acho que deve de haver um maior incentivo a praticas mais eficientes, de forma a se utilizar melhor a energia diminuindo consumos desnecessários que se refletem na carteira de todos os consumidores, embora possa parecer pouco significativa, como vimos pelo post influencia bastante na economia nacional.

Anônimo disse...

Este artigo é o "espelho" da dependência do país face ao exterior.
Após a entrada de Portugal na antiga CEE, o nosso país foi colocado perante toda uma série de países com outro nível industrial e económico,donos de uma grande capacidade produtiva, capazes de oferecer um mesmo produto a preços reduzidos.
Sendo assim criou-se a ideia de que a economia do país deveria passar mais por uma economia de serviços, deixando de lado a produção e sustentação do próprio país, afastando-nos do crescimento económico .
O sector da energia é um dos melhores exemplos do que aconteceu.Actualmente grande parte da energia consumida provém de países terceiros.No final,como saliente na reportagem, o valor a que a energia chega ao consumidor é superior à média europeia,mas mais uma vez o já habitual uso de subsídios esconde a verdadeira realidade.Sabendo nós as características do nosso povo, porque razão alguém se vai incomodar em apostar na eficiência energética se a energia ao fim do mês nos sais extremamente barata para aquilo que consumimos?
O português só depois de sentir na pele o quanto custa uma coisa dá o verdadeiro valor a esta, e este é um desses casos.
Só mudando alguns destes hábitos poderemos "olhar" para a eficiência energética de uma forma séria.

Anônimo disse...

O problema da produtividade energética apenas poderá ser resolvido com uma perspectiva de médio longo prazo, através da qual os incentivos e subsidios são utilizados simultaneamente para dinamizar a produção de energia renovável e ao mesmo tempo reduzir o consumo.

INCENTIVOS/subsidios à PRODUÇÂO de energia renovável

1)Necessário incentivar a produção de energia com base em fontes de energia renovável, em especial dado que Portugal é dos paises da Europa com mais recursos renováveis, designadamente: rios, Sol, vento e mar. outros recursos como a biomassa, o biogas, os resíduos urbanos… deverão igualmente ser aproveitados.

2)Necessário implementar a nova política de energia hidrica, implementando o plano nacional de barragens e maximizando as barragens actuais com sistemas de bombagem (utilização da energia do vento para encaminhar a água de volta para as barragens criando um circuito)

3)Necessário implementar sistemas de energia solar ao nível da micro-produção (instalações em vivendas e edificios e equipamentos) e macro-produção (grandes instalações de energia solar fotovoltaica concentrada nos campos do alentejo)

4)Necessário manter a política de implementação da energia eolica, entrando designadamente na off-shore.

5)Necessário instalar equipamentos de aproveitamento da energia das ondas e das marés, aproveitando uma das maiores costas marítimas da Europa.


6)No entanto, toda a energia renovável é mais cara (á excepção da hidrica) que a energia convencional, pelo que caberá ao estado assegurar os incentivos (subsidios) às empresas que estão dispostas a investir neste tipo de energias.

NOTA: Dado que apenas dentro de alguns anos será possível ter energia renovável com custos semelhantes à energia convencional, torna-se necessário trabalhar no lado das energias convencionais nomeadamente assegurar a substituição das centrais termoelectricas do seculo XX (designdamente a carvão e fuel), substituindo-as por centrais de gás de ciclo combinado com muito maior eficiência ou apostar na energia nuclear.


INCENTIVOS A REDUÇÂO DO CONSUMO

1)Torna-se necessário promover a eficiência energética nas instalações industriais das empresas portuguesas. Este movimento tem de ser feito de forma gradual e não pode ser feito sem incentivos financeiros, dado que os elevados investimentos poderão por em causa a sustentabilidade das empresas (tornando os produtos mais caros e menos competitivos nos mercados nacionais e internacionais).

2)Ao nível dos transportes deverão ser introduzidos maiores incentivos para a utilização de transportes publicos (necessário também melhorar as redes e os serviços – exemplo do metro e comboio nas cidades) bem como introduzir taxas para os utilizadores de transportes individuais (ex. Portagens nas cidades, aumento do preço dos estacionamentos nas cidades…). O incentivo a veículos individuais de reduzido consumo de energia (electricos, hibridos ou gás) irá igualmente reduzir este problema.

3)Ao nível da habitação, a necessidade de certificar as casas relativamente à sua eficiência energética, deverá ser seguida por uma efectiva perda de valor de casas que não são eficientes. O surgimento de novos materiais de construção (telhas, ceramicas, vidros…) irá implicar grandes mudanças no parque habitacional futuro.


Ana Rita Caeiro
nº33642

Anônimo disse...

Ass:Ricardo Henriques 34611

Anônimo disse...

Relativamente à parte introdutória do tema da energia/economia acho que quem só agora relaciona a energia com a produtividade nunca se informou ou minimamente pensou na evolução da sociedade ocidental dos últimos 150 anos…

A dependência de Portugal da energia proveniente de combustíveis fósseis, matérias-primas que temos de comprar, é claro que as economias não podem parar sobe a pena do aumento do desemprego e com isso acentuar problemas sociais. Então é preciso que a produtividade energética aumente para que a economia possa crescer e respirar, mas para isso temos de ser mais auto-suficientes, investindo em tecnologias que possibilitem utilizar os nossos próprios recursos o que na realidade até será um novo nicho de mercado que por sua vez diversificará a economia nacional.

Como já referi temos uma economia baseada em combustíveis fósseis e como esses recursos são comprados a energia torna-se cara. Assim sendo o estado comparticipa os custos da energia que consumimos (no fim o estado somos nós que acabamos por pagar de uma forma ou de outra). Mesmo que passemos a utilizar muita energia produzida por recursos que não tenham de ser comprados a energia continuará a ser cara porque a tecnologia é mais cara. Portanto talvez uma boa forma de começarmos a poupar energia seria termos de a pagar ao preço real.

Ricardo Jónatas

Anônimo disse...

A meu ver, para melhorar a produtividade energética é necessário investir nos produtos energéticos nacionais (através de incentivos), diminuindo a importação e o deficit da balança comercial.
Encontrar estratégias de incentivo aos produtores e consumidores finais quando há eficiência na utilização/produção energética ou a penalização caso a eficiência não se verifique.

Carolina Fraga 34589

Carla C. disse...

Uma notícia simples, que foca uma questão importantíssima e fundamenta-a, recorrendo a um indicador bastante utilizado – a intensidade energética. Este é referido para contextualizar a situação do país, com referência à UE. Quanto maior for a intensidade energética, menor se interpreta a eficiência do país. A intensidade energética de Portugal é das mais altas da União Europeia, sendo que, segundo dados do Eurostat, esta era superior em 30,6% antes do alargamento (UE15) e acima da média em 17,8% (UE25).
O que se pretendeu alertar nesta notícia – a importância da produtividade – prende-se com factores essencialmente económicos, embora tenha mascarados outros factores que condicionam os números. Na minha opinião, sendo a economia, como sabemos, basilar para o Desenvolvimento Sustentável, é fundamental ter atenção o fruto real que tiramos da energia consumida. Por outro lado, não podemos esquecer que a produtividade vai depender a diversas escalas da capacidade instalada (ou seja, do avanço tecnológico), de factores sociais, de políticas de trabalho e por aí em diante. A subtracção ao denominador da intensidade energética fica ainda determinada por diversos sectores (transportes,indústria..), pelo é interessante verificar quais os que têm mais peso.
Sobre o exemplo dado para ilustrar a situação, acerca do subsídio ao consumo da electricidade, este não podia ser melhor escolhido – talvez a maioria das pessoas não tenha mesmo a noção desse facto nem que este poderá a curto/médio prazo condicionar o acesso à electricidade de forma sustentável para o ciclo auto-influenciado consumo/produtividade - economia. É pena é que algumas políticas sejam de tal modo incongruentes que não possibilitem que se crie mais riqueza aproveitando este factor, que poderia ser tomado como um benefício económico enquanto existe(se houvesse consciência e condições para isso).

José Mário Pó disse...

Esta notícia refere a produtividade energética como uma componente importante no crescimento económico português, tendo Portugal, nesta componente, uma grande dependência do exterior. Menciona também o indicador intensidade energética, para mostrar o afastamento de Portugal, relativamente à média europeia, revelando o subsídio da energia, como uma má política para a produtividade energética. Pois torna o preço do kWh eléctrico enganador, e omite o verdadeiro custo da energia.

Anônimo disse...

Na minha opinião esta notícia ilustra o que por vezes se faz de errado em Portugal, que é tentar corrigir os problemas sem ir à raiz dos mesmos.
É impensável, e talvez impossível, melhorar a produtividade energética, subsidiando os preços da electricidade.
Como é referido na notícia, isso afecta tudo o resto que se quer melhorar, como os investimentos em eficiência energética, para além de penalizar bastante o Estado financeiramente.
Talvez uma boa medida de aumentar a eficiência energética do nosso país é a electricidade ser vendida ao preço real, assim, o facto de ser um bem mais caro faz com que seja mais estimada, logo o desperdício será menor!

André Reis 34585

Anônimo disse...

Relativamente á noticia, concordo que realmente assim o estado portugues não incentiva a eficiencia energetica, no entanto penso que a soluçao de aumentar o preço da factura energetica também não é a melhor solução, pois e verdade que assim as pessoas poderiam ganhar mais consciencia e baixar os consumos de energia, porém ainda vivemos em crise e isso poderia afectar também a vida economica de muitas pessoas e empresas.

Joao Santos 34599

Anônimo disse...

Em relação ao artigo apresentado concordo quando referem que Portugal tem que melhorar a sua produtividade energética. os consumidores não têm a noção real dos níveis reais de consumo de Portugal face aos restantes países considerados desenvolvidos, em grande parte culpa dos preços praticados pelo Estado.
Sendo os preços praticados inferiores aos preços reais, os consumidores pensam que não devemos diminuir os nossos consumos, pois faríamos subir os preços. Então o que cada consumidor vai fazer é tentar cada vez mais consumir mais energia.
Ao estado deveria caber a função de incentivar um pensamento oposto a este, mas como sempre, não o faz. Caberá então a cada um de nós consciencializarmo-nos de uma coisa que, a maioria dos portugueses, não tem a noção que acontece???

Rafaela Lourenço, nº 33449

Anônimo disse...

o indicador intensidade energética vale o que vale, e não é suficiente ter um resultado baseado apenas em um indicador, pois as conclusões deste retiradas podem ser enganosas. Posto isto, acredito também como disseram alguns dos meus colegas que o facto de a energia ser tão subsidiada sem o conhecimento geral de que isto aconteçe pode levar a uma falsa sensação de produtividade por parte da população, pois dá a ideia de que se a energia é barata, é porque há muita e não vale a pena poupar. Penso que a solução passa não por subsidiar o kwh produzido com dinheiro público, mas sim premiar o kwh poupado pelo consumidor.

João Lourenço

Anônimo disse...

The subvention of the electricity prize surely counteracts any progress both in energy efficiency and renewable supplies. It is interesting that in Germany quite the opposite was done in 2000 when the "renewable energy law" was established: Because the market prizes were too low, the owners of the power grids were forced to let renewable sources feed in and to pay a fixed amount per kWh (dependant on the kind of source) that allowed the operators of the renewables to earn money. This had the major effect of massively nursing the development of renewable power plants. But concerning EE, it is hard to tell if it had an effect. On the one hand, the additional costs for the grid owners caused an increase of electricity prizes of around 5%. On the other hand, it could also have an decreasing effect because there is an upper cut-off for the prize at the costs of wind energy. In fact, wind energy already can compete with conventionally generated electricity at windy days. Oddly enough, this is thanks to the four big electricity concerns which maintain an oligopoly and try to establish the highest possible prizes. Hence, the pressure forcing people and companies in Germany to increase their efficiency, is lessened. According to the Odyssee, the EE index did indeed decrease slower than in the EU 27 since 2000. But the reasons for this can be found majorly in the previous decay of the post-GDR industries and revitalisation of the energy-intensive steel production.
So in general, the renewable energy law was indeed a success and could also apply for Portugal, especially regarding wind and solar power.
I don't know well the reasons for subsidizing the electricity prizes, but in my opinion it would be better to pay a fixed amount rather than a subvention depending on the consumption to create an incentive for energy saving, yet providing support for poor people and week companies.

Jan L.

Anônimo disse...

A verdade é que tal como diz a notícia, os preços da energia estão actualmente desajustados, sendo que para isto contribui o subsídio do Estado, já que um aumento nas emissões de dióxido de carbono acarreta também outros custos nos direitos da emissão de dióxido de carbono e quem paga isso seremos todos nós de alguma maneira. Assim temos de ter em atenção, para reconhecer o ciclo vicioso entre Estado, Industria e consumidor final. Sendo que ao estado não lhe interessa retirar incentivos ao nível da energia já que temos uma indústria que aprendeu a viver e vive desse preço, temos uma sociedade que não dá valor ao que é barato e mundano, tendo-o como garantido, não se inibindo de o gastar. Assim a nossa sociedade foi habituada a não ter uma correlação directa entre energia, mercado e preços. Sendo que se o estado mexe nestes preços haverá uma grande agitação social, empresas a falir, manifestações, empurrar ainda mais pessoas para a pobreza e dependência de instituições sociais devido à conjectura económica nacional e mundial, entre outros. Ou seja, as pessoas terão de perceber que os custos que irão pagar não serão apenas da produção mas também do desperdício, sendo que esta actualização terá de ser gradual e o mais justo possível.
Teremos que ter em atenção a posição geopolítica de Portugal, ou seja, neste ano ou no ano passado, entrámos para um mercado livre de energia mas no entanto isto aconteceu apenas no papel, entrando uma empresa espanhola na corrida pelo mercado energético. É certo que um dos impulsionadores de preços dos produtos, bens e serviços é o mercado livre mas nós estamos dependentes da vizinha Espanha pois, a não ser o gasoduto que vem da Argélia, não existe mais nenhuma ponte com outros países, sendo assim, uma forma de baixar os preços energéticos seria abrir o mercado energético a outros países europeus. Consequentemente teriam de ser criadas condições para uma livre e mais abrangente concorrência e caso quisessem manter a sua cota de mercado, teriam de ser competitivos.
Conclusão, a produtividade energética em si não será a receita do crescimento sustentável mas será um ingrediente dessa mesma receita, em conjunto com outros factores, como por exemplo: o preço terá de ser auto-regulado pelo mercado, sendo que a ERSE terá de funcionar para um mercado energético justo e não para um lobby industrial, isto conseguir-se-á alargando o mercado energético ao micro-produtor assim como ao macro-produtor, passando o Estado a ter um papel secundário na gestão do mercado através da ERSE e tendo um papel activo nas decisões fulcrais, em detrimento de uma maioria dos seus cidadãos, não se podendo tornar dependente dos interesses de uma minoria. Outro exemplo será adequar a legislação à realidade actual, elaborando regulamentos e leis que se adaptem às necessidades de mercado. Mais um exemplo, poderá ser o Estado dar incentivos aos cidadãos que se tornem micro-produtores auto suficientes.

Rodrigo Matos 33451

Rogério Pinheiro disse...

É sobejamente conhecido que que incentivos suportados por parte do estado levam geralmente a situações de desajustamento entre o valor de produção de um produto e o valor pago pelo consumidor final. Contudo depois de ler a noticia publicado pelo jornal i não posso deixar de ficar com a ideia de que este assunto é demasiado complexo para poder ser analisado em tão poucas linhas. O que quero com isto dizer é que após ler a noticia fiquei com a ideia que a resolução da problemática da eficiência energética se deve em grande parte ao incentivo/manipulação dos preços por parte do estado, e que o desaparecimento deste incentivo levaria de alguma forma a uma milagrosa transformação nos padrões de consumo da população e a uma utilização mais inteligente e conscienciosa da energia.

Contudo julgo ser importante pensar nas consequências que a retirada deste incentivo sobre os produtos energéticos. A verdade é que a consequência mais imediata da retirada deste incentivo sobre os produtos energéticos não será a tão desejada eficiência energética (acredito que tal seja possível mas apenas a longo prazo), mas sim um aumento substancial da factura eléctrica em todos os sectores da economia. Não só as famílias portuguesas se veriam confrontadas com uma factura eléctrica substancialmente maior. Mas também sectores como a industria, já de si com grandes dificuldades em competir com a concorrência externa, seriam colocados numa situação de elevada fragilidade vendo-se obrigados a diminuir as margens de lucro, se possível, ou a aumentar o preço dos seus produtos, o que em ultima analise os tornaria ainda menos competitivos . Quase todos os dias temos nos serviços noticiosos noticias de mais uma empresa multi-nacional que vai fechar as suas actividades industriais no nosso pais e transferir a sua actividade para um outro pais, basta agora pensarmos no impacto que a súbita retirada deste incentivo teria no investimento estrangeiro no nosso pais.

Penso que será inevitável que este incentivo seja retirado. Mas para que tal possa acontecer é necessário por um lado baixar os nossos custos de produção e distribuição de energia eléctrica e aumentar a eficiência energética. Desta forma será possível gradualmente retirar o referido incentivo sem que as consequências sócio-económicas sejam devastadoras para o nosso pais.



Rogério Pinheiro nr:32626

Anônimo disse...

Seria uma boa politica de incentivo poder compensar tanto aqueles que participam na produçao de energia como aqueles que fazem os possiveis para ser eficientes e que gerem correctamente os consumos.
Agora nao entendo o termo "artificialmente" na frase de que os preços sao mantidos baixos.
Julgo que é propositado o preço ser mantido baixo, pois ha sempre interesses por parte das empresas em poder ter o monopolio daquilo que comercializam.
E mais uma vez penso que o Estado esteja por tras disso.
Parece um pouco a teoria da conspiraçao, mas enquanto o mundo for virado para o capitalismo é mesmo essa a realidade...
Agora,nao penso que hoje em dia haja muitas pessoas que vejam vantagem em gastar mais porque o Estado é que paga.
De qualquer forma sairá tambem do bolso da pessoa que faz isso, e em termos de electricidade, nao é uma energia barata.
Julgo é que, como a eficiencia tambem tem um certo custo, pode haver muitas pessoas que, mesmo que queiram melhorar os equipamentos que têm dentro de casa, algumas nao têm posses.
Relativamente à produtividade, desde que se consiga aumentar a produçao nacional para, no minimo tornar o pais mais independente energeticamente, deve-se sim subsidiar e criar as melhores estrategias para as empresas que queiram desenvolver o país.

Marta Santos, 35605

Catarina disse...

É importante aumentar a produção energética nacional para diminuir o valor das importações, claro que outra hipótese é a diminuição dos gastos mas o aumento da produtividade energética também é muito importante.
Hoje em dia já se observam tentativas para modificar algumas aplicações energéticas mas enquanto tivermos uma forte dependência de energias fosseis não é possível um alteração significativa.

Devia haver um sistema em que as facturas com gastos elevados de electividade tivessem custos mais elevados, onde o incentivo do estado era retirado, numa tentativa de moderar os gastos. Por vezes só com atitudes mais drásticas é que se conseguem atingir os fins, assim numa visão sustentável a subida dos preços talvez não fosse tão incorrecta.

Ana Catarina Lima

Anônimo disse...

Creio que a população não deveria ser “castigada” com aumentos sucessivos do preço de energia mas sim, o “castigo” deveria ser aplicado quando não pratica medidas que vão ao encontro de um gasto racional de energia. Um exemplo que nunca ouvi ser referido, são as grandes áreas comerciais, mas cujo desperdício de energia para iluminação e aquecimento dos espaços é abusivo, todos nos já sentimos na pele que na maioria destes espaços está sempre demasiado calor do que o necessário no inverno e que dentro de muitas lojas existe mais intensidade luminosa do que a que deveria existir.
Penso também que qualquer entidade ou consumidor deveria ser beneficiado por boas praticas energéticas, tais como campanhas mais frequentes para aquisição de equipamentos mais eficientes (nem sempre ao alcance de todos os consumidores), maiores financiamentos para equipamentos solares (térmicos e fotovoltaicos) e também eólicos, bem como mais incentivos para a microgeração com utilização destes sistemas.
Concordo por isso com o aumento da produtividade energética desde que esta seja proveniente de fontes renováveis! O governo deveria apostar na redução da dependência dos combustíveis fosseis não apenas porque os outros países também o fazem mas porque é preciso ter consciência de somos muitos e consumimos demasiado face às reservas energéticas do planeta.
Apoiar estas praticas de produtividade energética limpa irá resultar num futuro melhor, ainda que o investimento inicial seja elevado e que a tecnologia de conversão destas energias ainda não seja a mais eficiente.

Sara Sequeira 39862

Samanta Coelho disse...

Acredito que se houvesse 1 imposiçao da parte do estado noa só a beneficiar os que poupam e usam novas energias (o que já há da parte da EDP), mas também a punir os que abusam no consumo da electricidade, seria uma forma de despertar a sensibilidade e a urgência da poupança, nao so para o bem ambiental, mas tambem para o bem economico, mesmo que a longo prazo.

Anônimo disse...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel