sábado, 8 de outubro de 2011

A arma secreta da eficiência energética


O cientista americano David LePoire, do Argonne National Laboratory, explicou ao Expresso como a eficiência energética salvou o mundo do apocalipse geoeconómico permitindo a redução do crescimento do consumo do ouro negro nos últimos trinta anos.
Se o ritmo de crescimento do consumo de petróleo ocorrido na primeira década do pós-Guerra Mundial (1950-1960) se tivesse mantido, o que hoje usamos em 22 dias seria devorado num só dia! Um verdadeiro apocalipse geoeconómico: as reservas provadas do Golfo Pérsico seriam engolidas em menos de um ano! A guerra pela captação deste tipo de recursos seria desvastadora com uma tal intensidade do aumento da procura mundial.
O 'milagre' de isto não ter acontecido, diz o cientista americano David LePoire, da Divisão de Avaliação Ambiental do Laboratório Nacional de Argonne (Argonne National Laboratory), deveu-se à eficiência energética, a verdadeira arma secreta que a economia mundial usou para amaciar o vício pelo crude.
O ritmo do crescimento do consumo de barris diários de petróleo diminui de 150% entre 1950 e 1960 para 50% entre 1971 e 2000. Entre 2000 e 2008 o crescimento foi, apenas, de 16%.
Segundo os cenários recentes do 'International Energy Outlook' da agência americana de Informação sobre Energia (EIA), o aumento dos combustíveis líquidos situar-se-á nos 15% entre 2005 e 2015 e nos 9% entre 2015 e 2030. A excepção nesta desaceleração são os transportes que a agência americana prevê que aumentem o seu consumo de combustíveis líquidos em 50% entre 2005 e 2030.