quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Carros eléctricos podem aumentar emissões de CO2 se dispensarem energia "verde"


08.02.2010
Lusa

A circulação de carros eléctricos pode provocar um aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2), a menos que estes veículos sejam abastecidos com energia “verde”, refere um relatório hoje divulgado pela Quercus.

As conclusões do estudo, apresentadas em Bruxelas, levaram as organizações ambientalistas que o divulgaram a “apelar ao estabelecimento de metas de energias renováveis na produção de electricidade que assegurem que os veículos eléctricos terão mesmo emissões zero”.

O relatório, da autoria da consultora holandesa CE Delft, é publicado na véspera da reunião informal dos ministros da Indústria da União Europeia que se preparam para anunciar um Plano de Acção Europeu para os Veículos Eléctricos.

O estudo indica que a legislação europeia que regula as emissões dos carros apresenta “graves lacunas”, ao autorizar os construtores automóveis a “compensar” a venda de veículos eléctricos com a venda de veículos mais poluentes, que escapam aos limites de emissão definidos na legislação.

O vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, salienta que “Portugal tem feito um esforço significativo na produção de electricidade de origem renovável, mas não tem sido transparente na comunicação pública do seu peso relativo, exagerando nas contas”.

“Cerca de 36,5 milhões de euros de apoio previsto no Orçamento do Estado a cinco mil veículos eléctricos, a que se deve acrescentar a receita perdida em Imposto sobre Veículos e Imposto Único de Circulação, parece-nos demasiado”, defende Francisco Ferreira, especificando que “são 5000 euros de incentivo, mais 1500 euros se for entregue um veículo para abate e ainda 803 euros” referentes à aquisição de equipamentos de energias renováveis.

47 comentários:

Catarina Sabino disse...

No caso de Portugal, não acredito que os veículos elétricos possam aumentar as emissões de CO2. A rede nacional de mobilidade elétrica – MOBI.E, que está já a ser implementada, “é uma rede inteligente, que utiliza energia elétrica proveniente essencialmente de fontes renováveis”, e a verdade é que uma parte significativa da energia elétrica produzida em Portugal é proveniente de fontes renováveis. Além disso, os veículos elétricos têm dois tipos de carregamento: rápido e lento (6 a 8 horas). O carregamento lento tem um grande potencial, pois em princípio irá ser feito durante a noite, o período de menor consumo e de maior produção de eólica.

Anônimo disse...

Eu concordo com a Catarina quando refere que se pode carregar os veículos eléctricos no período nocturno em que existe menor consumo e é a altura em que a produção eólica é mais significativa. Isto é valido para um País que aposta fortemente nas energias renováveis como é o caso do nosso que nessa matéria até já é uma referência internacional.
Portugal já tem cerca de 40 postos de abastecimento para carros eléctricos e muitos outros estão para vir. Se continuarmos a apostar nas energias renováveis penso que será possível utilização dos veículos eléctricos, sem emissões de CO2, se bem que ainda falta muito para a globalização deste tipo de transporte sem que seja dependente de energia proveniente de fontes poluentes.

Miguel Rebelo nº36351

Unknown disse...

Penso que os carros eléctricos serão muito importantes para a disseminação da produção de energia descentralizada como é o caso da microgeração por via de fontes renováveis. A ideia da Comissão Europeia é criar um sistema de carregamentos que seja totalmente proveniente de fontes renováveis (de futuro com as redes inteligentes), caso contrário as emissões poderiam aumentar, o que não faz sentido algum.

Mariana Milagaia disse...

Visto que a produção de electricidade em Portugal ainda é maioritariamente obtida através dos combustíveis fosseis, faria sentido que se pudesse verificar, nesta fase, um aumento de emissões de CO2 se se desse uma viragem repentina no cenário carros a gasolina ou gasóleo/carros eléctricos. O aumento da produção de electricidade a partir das renováveis será gradual, como foi até agora, assim como a substituição dos automoveis e portanto acho que o efeito não será nocivo em termos de emissões.
Com relação ao incentivo para a compra destes veículos penso que é uma optima politica para, por um lado, atrair as pessoas a comprar e por outro sensibiliza-las para uma mudança necessária, que poderá começar no ramo automovel, apelando à importância das renováveis.

Nuno Martins disse...

Primeiro gostaria de referir que o uso da expressão "energia verde" é um pouco enganadora pois, como sabemos, qualquer aproveitamento de energia primária acarreta impactos ambientais, neste caso para a produção de electricidade.
Na minha opinião, a preocupação referida pela Quercus é correcta, visto que tanto na utilização de derivados do petróleo como na utilização de electricidade proveniente de fontes não renováveis, por exemplo do carvão, existe uma libertação de gases poluentes para a atmosfera. No entanto, penso que este facto pode ser combatido utilizando electricidade que seja totalmente, ou pelo menos maioritariamente, proveniente de fontes renováveis de energia. Como exemplo de um acção possível posso referir que durante o período denominado de "vazio", ou seja durante a noite, podia-se aproveitar o excesso de electricidade proveniente da energia eólica para o carregamento de baterias dos automóveis, visto que este período seria, provavelmente, o mais indicado para o isso.
Finalizo dizendo que temos muitos recursos à nossa disposição, apenas temos que aprender a utilizar estes da forma mais correcta e mais benéfica para nós e para o planeta.

Nuno Martins, 36353

Anônimo disse...

No geral penso que o veículo eléctrico constitui a melhor solução de mobilidade para responder às questões do aquecimento global, da qualidade do ar e da dependência energética dos combustíveis fosseis.

No entanto é importante ter em conta que as emissões poluentes, em particular de CO2, associadas ao veiculo eléctrico dependem apenas da forma como a electricidade é produzida!!

Sendo assim é lógico que se a electricidade produzida for com origem "verde" então não teremos um aumento das emissões de CO2, ou seja e necessário que se criem metas e programas direccionados para garantir e assegurar que os veículos eléctricos apenas consumam energia verde!

Como já referi em comentários anteriores Portugal (Governo) não tem sido transparente em relação à produção de electricidade com base no aproveitamento energético renovável. Claro que Portugal tem vindo a investir no entanto e em concordância com o vice-presidente da Quercus esse investimento e produção e relativo e é óbvio que as contas que saem na comunicação social são exageradas e falaciosas bem como o peso relativo das mesmas!

Em relação ao impacto no orçamento de estado, é de notar que realmente são bons incentivos para compra e uso de tecnologia e equipamentos renováveis no entanto também se percebe facilmente que poucos portugueses vão realmente optar por esta via automóvel por diversos motivos: falta de sensibilização, pouca divulgação quer do equipamento quer da legislação em relação ao mesmo, dificuldades no acesso e manutenção dos veículos, questões de estética, escassa oferta e escolha de equipamentos em relação aos convencionais, cepticismo em relação há duração, funcionamento e manutenção entre outros factores...

É natural que ao contrario do que o Sr.Francisco Ferreira afirma os incentivos sobre os equipamentos renováveis venham diminuindo quando a procura for maior, no entanto na situação em que Portugal se encontra, é necessário realmente valorizar e incentivar quem opta por equipamentos "menos" poluentes (de notar que energia verde não existe e todas elas deixam uma pegada ecológica no ambiente), porque são essas escassas aposta que vão ditar se o produto vai ou não ter sucesso no mercado e se vai conseguir-se inserir no quotidiano automóvel dos portugueses!

João Morim
Nº36340

Anônimo disse...

No geral penso que o veículo eléctrico constitui a melhor solução de mobilidade para responder às questões do aquecimento global, da qualidade do ar e da dependência energética dos combustíveis fosseis.

No entanto é importante ter em conta que as emissões poluentes, em particular de CO2, associadas ao veiculo eléctrico dependem apenas da forma como a electricidade é produzida!!

Sendo assim é lógico que se a electricidade produzida for com origem "verde" então não teremos um aumento das emissões de CO2, ou seja e necessário que se criem metas e programas direccionados para garantir e assegurar que os veículos eléctricos apenas consumam energia verde!

Como já referi em comentários anteriores Portugal (Governo) não tem sido transparente em relação à produção de electricidade com base no aproveitamento energético renovável. Claro que Portugal tem vindo a investir no entanto e em concordância com o vice-presidente da Quercus esse investimento e produção e relativo e é óbvio que as contas que saem na comunicação social são exageradas e falaciosas bem como o peso relativo das mesmas!

Em relação ao impacto no orçamento de estado, é de notar que realmente são bons incentivos para compra e uso de tecnologia e equipamentos renováveis no entanto também se percebe facilmente que poucos portugueses vão realmente optar por esta via automóvel por diversos motivos: falta de sensibilização, pouca divulgação quer do equipamento quer da legislação em relação ao mesmo, dificuldades no acesso e manutenção dos veículos, questões de estética, escassa oferta e escolha de equipamentos em relação aos convencionais, cepticismo em relação há duração, funcionamento e manutenção entre outros factores...

É natural que ao contrario do que o Sr.Francisco Ferreira afirma os incentivos sobre os equipamentos renováveis venham diminuindo quando a procura for maior, no entanto na situação em que Portugal se encontra, é necessário realmente valorizar e incentivar quem opta por equipamentos "menos" poluentes (de notar que energia verde não existe e todas elas deixam uma pegada ecológica no ambiente), porque são essas escassas aposta que vão ditar se o produto vai ou não ter sucesso no mercado e se vai conseguir-se inserir no quotidiano automóvel dos portugueses!

João Morim
Nº36340

Pedro Lourenço disse...

Quando se fala em carros eléctricos muitas vezes não damos a devida relevância aos problemas que envolvem a produção de energia que vai ser usada posteriormente para "alimentar" as baterias desses carros.
Nesse aspecto acho interessante o tema deste texto. De facto, é extremamente importante produzirmos energia, que será usada nesses carros,a partir de fontes renováveis pois nao basta pensarmos que, por não usarem combustiveis fosseis e nao poluirem, que isso basta. Posto isto, concordo que se deva aproveitar as horas de vazio, ou seja, horas de menor consumo, para podermos tirar mais e melhor proveito da energia eólica principalmente.

Pedro Lourenço 36357

Anônimo disse...

Segundo o site da Quercus "Por cada carro eléctrico vendido, os construtores automóveis beneficiam de 3,5 'supercréditos', ou seja a permissão de venda de 3,5 carros altamente poluentes, sem que as emissões desses veículos sejam contabilizadas no cálculo das emissões médias desse construtor (usadas para efeito de cumprimento dos limites de emissão). O resultado desta regra é que a venda de 10% de veículos eléctricos pode levar a um aumento de 20% no consumo de combustível e emissões de carbono no sector automóvel"... Isto é um bom exemplo de que a legislação europeia apresenta falhas gravíssimas no que toca à parte ambiental e económica da Europa! E os grandes construtores de automóveis vêêm a produção/venda de carros eléctricos como um negócio e não porque estão preocupados com a poluição e o consumo excessivo de combustíveis fósseis...

Como disse um responsável da Greenpeace (e muito bem!): "Precisamos de veículos eléctricos inteligentes a interagir com redes eléctricas inteligentes para que os carros sejam abastecidos com energia limpa. Veículos eléctricos e redes eléctricas com tecnologias banais apenas vão conduzir a um aumento da procura de energia produzida a partir de carvão e nuclear, conduzindo-nos para longe de um futuro energético sustentável."


Rui Figueiredo, nº36363

Anônimo disse...

Ao ler a notícia reparei que está um pouco dispersa, falando de vários temas desnecessários, como a aprsentação de estudos e relatórios em várias reuniões, distânciando-se assim do tema apresentado no título.

Quanto aos carros eléctricos, não nos devemos esquecer que a electricidade por eles usada tem de ser produzida em algum lado, não estando totalmente correcto pensar que se a energia vier de fontes renováveis, temos um carro com impacto “zero”, porque apesar da energia vir de fontes renováveis é preciso aumentar a produção/importação nacional para cobrir o consumo destes novos automóveis, tudo isto acarretando custos e impactos ambientais.

Pode-se considerar ques estes carros reduzem as emissões de CO2, se depois de contabilizadas as emissõs de todo o ciclo de energia, da produção ao utilizador final, fôr verificado que este tipo de aumtomóveis apresenta vantagens ambientais em relação aos automóveis convencionais.

No último comentário por parte da Quercus, esperava-se que defendessem a sua DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS, baseada na defesa do ambiente, mas ao invés disso dão a entender que, sim é preciso conservar o ambiente, mas assim tanto também não.

Cláudio Ferreira, nº34592.

David disse...

"A circulação de carros eléctricos pode provocar um aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2), a menos que estes veículos sejam abastecidos com energia “verde”, refere um relatório hoje divulgado pela Quercus."

Esta afirmação, assim como o titulo da noticia, não estão totalmente correctos. A energia eléctrica produzida por centrais de ciclo combinado não é considerada "verde"; no entanto, estas centrais com uma eficiência de 58% (Central do Pego, da Siemens)ao produzir energia eléctrica certamente que emitiram menos toneladas de CO2 que a produção de energia equivalente em motores de combustão com uma eficiência de 30 a 35%, a diesel/gasolina, combustíveis muito mais poluentes que o gás natural.

Discordo plenamente que a venda de um carro eléctrico permita às construtoras vender X*carros mais poluentes. Não faz qualquer sentido quando se quer combater as emissões de gases poluentes.


As renováveis são caras, certo. E quanto ao dinheiro que se gasta a comprar petróleo, dinheiro esse que nem em território nacional fica? Assim como houve um grande investimento em toda a estrutura que envolve o consumo de petróleo, tem de haver investimento na produção de energia renovável e na criação de uma rede inteligente de abastecimento para carros eléctricos em todo o mundo.

David Figueira, 35170

Pedro Mota 36356 disse...

Como vimos na notícia anterior, Portugal tem uma enorme dependência energética a nível dos combustíveis fósseis, também muito devido ao sector dos transportes. A aposta nos carros eléctricos poderá mudar a situação e permitir também a “descarbonização” deste sector. Isto se a electricidade utilizada para substituir os combustíveis não for, por sua vez, produzida também com recurso a esses combustíveis fósseis. É que, como vimos na notícia anterior, nós produzimos cerca de 60% da electricidade com recurso a fontes de origem fóssil. Os carros eléctricos irão aumentar em muito a necessidade eléctrica e portanto, só fará sentido a sua utilização em massa, se esta for aliada à produção de electricidade utilizando energias renováveis. Recuperando outra noticia do blog, também a microprodução terá aqui um importante papel a desempenhar.

Portanto a preocupação da Quercus faz todo o sentido e para além disso, as lacunas da legislação europeia também são prejudiciais. O problema está no facto desta legislação contabilizar o carro eléctrico como tendo emissões zero, seja a electricidade que utilizam proveniente de combustíveis fósseis ou não e assim, permitem aos fabricantes que actuam no mercado de veículos eléctricos, compensar esse fabrico com o de veículos convencionais, mas que escapam aos limites de emissão impostos pela legislação.

Em suma, aliada às energias limpas, a era do veículo eléctrico irá reformular a rede energética, redefinir os padrões de condução e melhorar, de forma generalizada, a qualidade de vida nas zonas urbanas, onde a maioria da população mundial vive e conduz.

Anônimo disse...

Os veículos eléctricos vão ser sempre uma melhor aposta aos motores de combustão porque apresentam uma experiencia de condução muito superior, uma aceleração rápida e suave, um ambiente silencioso e claro menor emissões de gases tornando a sua utilização inevitável. O governo definiu um conjunto de benefícios e incentivos á aquisição de veículos eléctricos, que no meu ver são bem estruturados, promissores e cativantes para quem é apaixonado por estas novas tecnologias seja carro ou motas. Estas medidas e decisões foram motivadas pelo aumento da dependência energética do petróleo e pelo enorme impacto ambiental devido á utilização de combustíveis fosseis.
Através da utilização de veículos eléctricos, estaremos a contribuir para um aproveitamento dos dias de vazios em que a energia eléctrica produzida por fontes renováveis não é consumida totalmente. Para ter uma ideia um carro eléctrico consegue aproveitar cerca de aprox.35% da energia eléctrica produzida pelas centrais termoeléctricas enquanto se for num motor moderno a combustão, com o mesmo recurso primário utilizado nas centrais termoeléctricas, apenas consegue uma eficiência de aprox.15%. Mais ainda a aplicação destes projecto em pequenas cidades faz sentido, porque é um veículo urbano, não para grandes distâncias de transporte. Portugal por ser um país pequeno pode fazer uma série de experiências interessantes, como por exemplo a rede de carregamento e legislação que obriga os novos edifícios a terem pontos de carregamento. (http://www.h24administracaodecondominios.com/pdf/administracao_condominios.pdf)

Ricardo Leandro n36360

Tiago Lopes disse...

Quando se fala em carros eléctricos, a maioria das pessoas pensa logo em automóveis amigos do ambiente, com zero emissões de dióxido de carbono. Não há ideia mais errada do que esta, pois a electricidade utilizada por estes automóveis também é produzida a partir de combustíveis fósseis. Portanto, para que a energia utilizada por estes veículos seja “verde” é necessário incorporar a maior quantidade possível de energia proveniente de fontes renováveis, no sistema electroprodutor, só desta forma é possível mover estes automóveis segundo uma lógica sustentável.
Além de se poder emitir menos gases de combustão, com malefícios para o ambiente e para a saúde, também se pode abastecer estes automóveis com energia mais barata do que o normal, ao serem carregados durante a noite na hora de vazio, quando a electricidade tem um preço mínimo devido á menor procura, havendo excesso de produção, por parte de alguns países. Desta forma os automóveis eléctricos podem ser vistos como uma reserva estratégica.
Concluindo o automóvel eléctrico pode melhorar o ambiente nas cidades, onde são das principais fontes de poluição, e ser um aliado da sustentabilidade. Para tal é necessário que a energia utilizada por estes provenha de uma fonte renovável, para haver um saldo positivo no fim do ciclo da energia. A implementação deste transporte tem de ocorrer por motivos ambientais, com benefícios económicos em vez de ocorrer por motivos económicos e havendo benefícios ambientais, pois em primeiro lugar deve estar o ambiente.

Tiago Lopes, nº36371

Anônimo disse...

O veiculo eléctrico é sem duvida uma das melhores medidas, em termos de politica de mobilidade, em especial, em grandes centros urbanos. Portugal apresenta-se na linha da frente no que toca a incentivos ao veiculo eléctrico, mas apresenta lacunas, em especial, ao nível dos postos de abastecimento, que será sem dúvida uma das maiores dificuldades a enfrentar. Após o problema do abastecimento ser resolvido, os incentivos à compra de veículos eléctricos continuarem e a crescente aderência pela população em geral, com certeza que a maioria das pessoas que trabalham em grandes centros urbanos, e não só, irá aderir a esta tecnologia limpa, que será sem dúvida alguma, benéfica para todos nós, em todos os aspectos.
Actualmente em Portugal, grande parte da energia eléctrica produzida provem de fontes renováveis, não havendo o perigo do veiculo eléctrico proporcionar o nível de poluição, como a noticia faz passar ao publico, em especial porque grande quantidade do abastecimento do carro eléctrico será feito em habitações, durante o período da noite, no qual a produção eólica é elevada e na maioria das vezes superior ao consumo. Ao nível europeu penso que devem seguir o exemplo de Portugal, no que toca a energia eólica instalada e incentivos ao veiculo eléctrico, assegurando a compra crescente destes e o abastecimento no período preferencial pela população, que é assegurado por energia eléctrica proveniente de fontes limpas.

Guilherme Gaspar
Nº 36334

Pavel disse...

Production of renewable electric energy in Portugal is about 20 % of its consumption and you are discussing to use it also as a fuel?
On my opinion you should substitute more than half of your el. energy consumption by renewables and than think about to use electricity in the trafic.
On the other hand electric energy is not the only alternative fuel as I know. There are several other possibilities like biogas, methylester of FA, ethanol,... (most of them can be produce out of waste)
It´s a fact, that the perfect infrastructure exists and using smart-grids electricity may be one of the most efficient fuel.
But still know that there is not only one possibility and we can expect a mixture of fuels in the future.

Ana Nunes disse...

Os veículos eléctricos são uma boa alternativa por serem menos poluentes, isto se a forma como se obtém a energia eléctrica que “alimenta” esses mesmos veículos for obtida de fontes menos poluentes; pois se se recorrer a carvão ou a fontes fósseis para produzir a energia eléctrica, a poluição do carro eléctrico é tanta ou maior que um carro a combustível fóssil. Este é um aspecto que escapa à maioria dos consumidores e que não é abordada na propaganda dos veículos eléctricos, e é de facto um aspecto crucial. Mais uma vez se apela a um investimento nas energias renováveis de forma a produzir energia eléctrica “limpa” que possa ser fornecida aos carros eléctricos e torna-los realmente não poluentes.

Ana Nunes, 36309

Diogo Bermejo Silva, 36325 disse...

Os "prós" são óbvios, mas na minha opinião, também terá os seus "contras". O carro eléctrico é uma excelente evolução no que toca a meios de transporte onde, em termos ambientais, a sua utilização traduz-se numa significativa redução das emissões de CO2 atmosférico. Mas será tudo muito bom ou existirão alguns outros pontos com a necessidade de serem pensados? O preço do combustivel é, indirectamente, uma maneira de controlo de tráfego. Se
tantas vezes sentimos o intenso trânsito, como será quando o preço do combustivel não for mais um entrave e as estradas estarão cada vez mais e mais preenchidas? Em termos ambientais, o carro eléctrico é perfeito. Em termos socio-económicos, um problema a resolver.

As graves lacunas da legislação europeia têm de ser revistas e resolvidas, pois a mobilidade é um tema cada vez mais profundo e em expansão com a introdução de energias renováveis.

Diogo Bermejo Silva 36325

Anônimo disse...

Eu acho que a indústria automóvel já está bastante sensibilizada para a questão ambiental e energética e acho que não é provável nem muito inteligente da parte deles quererem compensar a venda de veículos eléctricos com a venda de veículos mais poluentes. No que toca à questão das emissões de CO2 devido aos carros eléctricos, as pessoas não se podem esquecer que nós não podemos parar as emissões assim de repente porque, primeiro, o mundo colapsaria e segundo, porque ainda não temos tecnologia tão avançada que nos garanta zero emissões. Porém, existem alternativas à fonte de onde vem a energia eléctrica destes carros. Portugal, por exemplo, investe milhões de euros em energias renováveis...para que?para ser utilizada nas nossas casas, nos nossos serviços, nas nossas indústrias e também para abastecer estes carros. Ninguém pode assumir que estes carros só se abastecem de energia eléctrica de origem fóssi até porque vivemos hoje em dia num permanente mix energético. Ainda assim, as pessoas não podem ser cínicas neste aspecto porque muita da energia que consomem ainda vem de fontes fósseis.Contudo, concordo numa maior aposta nas renováveis não só para os carros eléctricos mas também para eles.
Por fim, acho o incentivo uma boa estratégia mas que, na economia actual, pode provocar constrangimentos.

Ana Godinho, nº 41275

Anônimo disse...

Saliento dois pontos da notícia:
1-O enviesamento da legislação europeia ao definir os chamados supercréditos, que permitem aos fabricantes vender 3,5 carros convencionais de elevado consumo por cada carro eléctrico vendido. Obviamente, o resultado deste compromisso será sempre o aumento das emissões de CO2. Existe uma prevalência na promoção de veículos eléctricos face à redução das emissões de poluentes e à dependência do petróleo.
2-Os veículos eléctricos são contabilizados como tendo emissões zero, naturalmente a electricidade que consomem pode ter origem em fontes de energia que produzam emissões directas de CO2. Em 2009, 45% da electricidade consumida em Portugal teve origem endógena e renovável. Desta forma, adoptar uma estratégia concertada entre a produção de electricidade de origem renovável e veículos eléctricos faz todo o sentido. Neste domínio, o projecto Mobi.e começa já a concretizar este tipo de estratégia.

Ricardo Costa 41280

Pavel disse...

Is there anybody, who ever drove electric car?

Há alguém, que dirigiu carro elétrico?

Anônimo disse...

a notícia revela a preocupação sobre a origem da energia eléctrica que alimenta os veículos eléctricos. de facto, como estes veículos representam uma alternativa aparentemente menos poluente, é importante garantir que a origem do seu “combustível” seja também o menos nocivo possível para o ambiente. se a electricidade que alimenta estes veículos provém de combustíveis fósseis, então se calhar esta é uma alternativa vã; contudo, grande parte da electricidade produzida no país é de origem renovável e, portanto, mais limpa, e, para além disso, se o abastecimento for feito durante a noite, há maior aproveitamento do potencial eólico do país. assim, apesar do tema da notícia ser bastante importante, para o nosso país, a questão, em princípio, pode ser controlada da melhor maneira.
ana ganilho, 36312

Anônimo disse...

O título do artigo não engloba todos os aspectos relativos aos carros eléctricos referido no texto, contudo, alerta para um facto que é frequentemente confundido. Um carro eléctrico é tão verde quanto as suas fontes de energia, a electricidade é apenas o vector energético que o veiculo usa. Assim sendo, é importante ter em conta qual a fonte primária da energia que é usada e o horário de abastecimento tendo em conta características intrínsecas de rede eléctrica e particularmente das energias renováveis. Não menos importante é o facto dos dados fornecidos pelas várias entidades, nomeadamente o estado, os produtores e os distribuidores de energia, sejam claros e representativos da realidade.

Bruno Oliveira Nº 36316

Anônimo disse...

Penso que esta notícia sobre a introdução de carros electricos na mobilidade do país poderá dar um bom contributo à dependência do país no que diz respeito à importação do petróleo, dado que o país não possui nenhum.
Quanto ao que esta notícia foca, é um aspecto, senão o mais importante, no que diz respeito a esta ser chamada uma tecnologia verde pois caso a electricidade que o carro utiliza não provenha de fontes renovaveis, mas ao inves disso continue a vir das fontes tradicionais (principalmente gás natural e carvão) as emissões poluentes podem vir a aumentar para abastecer estes veículos, podendo-se dizer que estes deixariam assim de ser verdes.
Quanto ao estudo que irá ser apresentado foca uma questão importante na legislação da UE dado que esta "estabeleceu que os veículos novos deverão ter em média emissões de 130 g/Km no ano de 2015 e 95 g/Km até 2020. Até 2016, os automóveis ultra-eficientes – com menos de 50 g/Km de CO2 serão contabilizados três vezes e meia no cálculo daquela média, criando assim uma folga para que sejam entretanto comercializados alguns outros automóveis mais poluentes. Como resultado desta política, um fabricante automóvel que venda um veículo eléctrico de emissões zero pode comercializar até 3 carros e meio com 260 g/Km, ou seja sem que com isso ultrapasse a média das 130 g/Km" previstas pela UE. Caso esta legislação não venha a ser alterada, poderemos continuar durante bastantes anos sem ter uma alteração significativa do tipo de combustivel utilizado.
Para concluir, esta noticia é importante para informar o publico em geral que a introdução do veículo electrico não será totalmente positivo, caso não haja alteração na forma da produção da electricidade

Diogo Botelho, 36326
Citação retirada de: http://ocarroelectrico.com/ambiente/legislacao-europeia-sobre-emissoes-ameaca-carros-electricos/

Unknown disse...

Penso que a intenção desta noticia é alertar para que o investimento e os apoios á difusão dos veículos eléctricos, que foram discutidos na reunião dos ministros da Indústria da União Europeia para o Plano de Acção Europeu para os Veículos Eléctricos, devem ser também acompanhados com investimento em energias mais limpas, que produzam menos emissões de CO2, para a produção de energia eléctrica.

Pois se um dos principais objectivos da UE, na difusão dos veículos eléctricos é a redução das emissões do CO2, este investimento pouco vale se não for acompanhado pela produção de energia eléctrica através de energias mais limpas.

Quanto ao estudo apresentado pela empresa consultora holandesa CE Delft que o artigo refere, quero acrescentar que os construtores continuam a construir carros mais poluentes pois existe mercado para estes. Por esse motivo e para garantir que o consumidor final opte por veículos menos poluidores, os veículos mais poluidores pagam mais impostos.

Gostaria de aproveitar esta ocasião para apontar para um outro problema ambiental que não as emissões de CO2. Não há ainda muita divulgação quanto á reciclagem das baterias dos veículos eléctricos.

As Baterias dos veículos eléctricos são fabricadas com base em elementos muito poluidores e nocivos para a nossa saúde (tais como o litio e o niquel).
Não estaremos a trocar as emissões de CO2 pela contaminação dos solos e das águas?

Outra questão que me parece pertinente é o facto de existir um grande investimento em veículos eléctricos por parte da união europeia quando existem outras alternativas por explorar tais como os veículos movidos a hidrogénio.

António Correia
nº 41278

Unknown disse...

Nos próximos anos o uso do carro eléctrico vai começar a intensificar-se daí que seja importante começar-se a pensar de onde vem essa energia eléctrica, pois se esta for toda ela proveniente dos combustíveis fosseis talvez não seja assim tão benéfico a implantação dos carros eléctricos. No entanto, isso é ja uma questão que esta a ser "arrumada", pois muita da energia eléctrica produzida já começa a ser proveniente dos recursos renováveis, como é o caso de Portugal em que no ultimo ano grande parte da energia eléctrica proveio de recursos renováveis, essencialmente de eólica e hídrica. Como se sabe os carros eléctricos terão 2 tipos de recarga, mais lenta e outra de forma mais instantânea. Ou seja, durante a sua recarga mais lenta que será sempre no período nocturno será mais benéfico tanto para o consumidor como para a rede.

Rodrigo Sena
Nº 36362

Anônimo disse...

A seguinte notícia apresenta uma dicotomia bastante interessante referente à utilização de carros eléctricos e à consequente protecção ambiental. Se por um lado se reduzir as emissões de gases poluentes provenientes dos actuais carros, utilizando electricidade em vez de derivados do petróleo, é com base na origem desta que se pode verificar se consistiu numa redução eficaz, utilizando energia “verde”, ou se, por outro lado, se tornou numa ilusão já que as emissões em centrais de carvão, petróleo, etc., compensaram as que se pretendiam reduzir com a utilização de carros eléctricos. Facilmente se chega à conclusão que não é suficiente introduzir este tipo de carros no mercado por si só, há que impor regras para que a origem da electricidade utilizada provenha de fontes renováveis de energia, algo que segundo a Quercus tem vindo, e bem, a ser feito em Portugal.

Daniel Santos. nº36322

Vera Duarte disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Os carros eléctricos são uma alternativa relevante aos veículos de combustão interna convencionais. A ausência de emissões de GEE, uma maior eficiência energética com menores custos de utilização/manutenção e as melhorias na mobilidade, em especial nos centros urbanos, são vantagens decisivas para quem investe nestes equipamentos. É óbvio que elas serão reduzidas se a electricidade que alimentar os carros tiver origem em fontes fósseis, mas podem ser bem aproveitadas recorrendo às energias renováveis. Portugal tem percorrido um caminho importante nesse sentido. O carregamento das baterias durante as horas de vazio em que existe maior produção eólica e menor consumo é muito importante.

As desvantagens estão essencialmente ligadas às baterias. O seu peso, baixa autonomia, fraco funcionamento a baixas temperaturas e custo de aquisição elevados são entraves consideráveis a uma maior penetração de veículos eléctricos no mercado. Uma rede de abastecimento inteligente, o desenvolvimento tecnológico e a aderência crescente por parte da população são factores necessários.

A legislação europeia deve eliminar a compensação da venda de veículos eléctricos com a venda de veículos convencionais. Só assim a implementação de uma estrutura de transportes à base de motores eléctricos fará sentido.

Daniel Barros,36323

Anônimo disse...

Os carros eléctricos serão menos poluentes se a sua fonte energética for “verde”. Uma vez que o seu combustível é a electricidade, é apenas necessário que esta seja produzida a partir de fontes “verdes”, menos poluentes, como as energias renováveis.
Nestes últimos anos seguiu-se uma política energética no desenvolvimento de alternativas limpas para todos os sectores, neste caso para a mobilidade, de forma a diminuir a dependência ao exterior em fontes fósseis, como na diminuição de emissão de GEE. Neste momento, grande parte da produção nacional de electricidade já é de origem renovável, por isso, julgo que as conclusões deste estudo não reflectem o panorama Português, para além demais quando estes carros seriam maioritariamente abastecidos no período da noite, que é quando há uma produção excedentária de energia eólica.


Joana Pereira

Vera Duarte disse...

Parece-me que é uma boa aposta para baixar as emissões de CO2 dos automóveis pois como a Catarina disse têm um grande potencial de serem carregados a noite, quando o consumo de electricidade é menor e a produção de energia eólica é maior, mas claro que se não houver uma boa aposta em energias renováveis pode não ser assim tão benéfico, pois vai-se estar a carregar os carros com energias que poluem tanto quanto os carros a gasolina/gasóleo.
Para além disso parece-me de louvar a aposta do governo em facilitar a aquisição de veículos mais amigos do ambiente pois é sempre uma ajuda para aquelas pessoas que possam estar indecisas, saberem que vão ter incentivos do estado.

João Barbosa Nº 34601 disse...

Gosto do ponto principal da noticia, explicar que só porque um carro é eléctrico não quer dizer que a energia seja "limpa". Mas como já foi dito, com o potêncial de Portugal para as renováveis com bom desempenho nocturno mais o facto da energia mais barata ser a comprada á França durante a noite, não acho que seja um problema de maior para Portugal.

Finalmente, gostei de ver que vão haver icentivos na compra de um carro eléctrico e mais para o abate de um carro antigo.

A tecnologia para a produção de carros eléctricos com boa autonomia já existe desde os anos 80, já estava na altura de fazerem algo decente com isso.

Anônimo disse...

São "duas faces da mesma moeda" cuja co-existência nesta altura é necessária: Por um lado é certo que o propósito dos carros eléctricos só se verficica caso a electricidade que os abastece seja "verde"; por outro lado, (e aproveitando a notícia anterior),o Governo ambiciona que, em 2020, cerca de 60 por cento da electricidade produzida tenha origem em fontes renováveis. Uma vez que a introdução de carros eléctricos no mercado não se dá de um dia para o outro, faz sentido a promoção (e inclusão progressiva no mercado) dos carros eléctricos, ao mesmo tempo que se aposta na produção de energia eléctrica a partir de fontes sustentáveis.

Marta Antunes Viegas nº 41279

António Serra - n.º 33778 disse...

E a roda volta a ser redonda!!!

Será que até agora ninguém se tinha questionado sobre a proveniência da energia que alimenta os carros eléctricos???

Bem enquanto não for inventada a electricidade em pó, esta terá de vir de uma das fontes existentes e que abastecem as nossas casas. Com o consumo doméstico a aumentar de ano para ano será que temos capacidade para acomodar ainda mais este consumo?

Por este andar qualquer dia até vão ter em conta que a mineração de chumbo, Cádmio, Lítio (usado nas baterias) é responsável por toneladas de CO2 na atmosfera e que cada carro destes leva em media 5 a 10 baterias e aí é que vai ser uma chatice.

E quanto a incentivos por parte do governo (quer para o abate de carros em fim de vida quer para aquisição desses ditos carros) com este orçamento de estado, pelo menos ate 2011, esta de chuva como diria o saudoso Anthimio de Azevedo

Anônimo disse...

Hoje Portugal está cada vez mais independente dos combustíveis fosseis. Por um lado é bom porque não fica tão dependente da importação do petróleo e contribui para a diminuição dos gases sobre efeito de estufa.

A entrada dos carros eléctricos no mercado é um assunto a discutir, pois eles não irão emitir gases poluente, durante a sua utilização, se os combustíveis forem combustíveis verdes.

No entanto, maior parte dos consumidores não estão informados sobre este assunto, devido á pouca divulgação e falta de sensibilização.
A culpa não é só da falta de informação dos consumidores, mas também dos produtores, pois só estão interessados na sua venda e o lucro que irão ter e não nas consequências que a sua venda irá ter em termos ambientais.


Naraiana Lima nº36352

Anônimo disse...

Partindo do principio que o que eles chamam de energia "verde" é energia de fontes renovaveis, tenho a dizer que mais uma vez foi avançado um projecto sem uma base solida, ou seja, as lacunas na legislação sao um impedimento ao desenvolvimento do veiculo electrico de uma forma sustentavel sendo o objectivo da sua utilizaçao a redução de emissoes de CO2. Sendo assim tem de se colmatar esse vazio porque nao vale de nada promover o veiculo electrico se este for abastecido com electricidade de fontes fosseis e nao renovaveis. As construtoras automoveis estao a aproveitar-se do facto de o veiculo electrico estar associado a um veiculo de "zero emissoes" coisa que nao é verdade. É preciso ter cuidado no tipo de propaganda que se faz e limitar atraves da legislação este caso pois é possivel que as emissoes de CO2 aumentem alem de que terá de se assegurar produçao de electricidade de fontes renovaveis para sustentar este tipo de veiculo podendo assim vir a ter zero emissoes de CO2, cumprindo assim os objectivos iniciais.

Márcia Duarte 35174

Anônimo disse...

Eu julgo que em termos gerais os carros eléctricos são uma medida positiva para o ambiente, mas que ainda estão numa fase muito inicial em que vários aspectos tem que ser melhorados.

Em relação ao carro em si, já tive a oportunidade de conduzir um por um curto período de tempo, mas proporcionou uma condução agradável e de facto é muito silencioso.

Julgo que vão ser um pouco caros, mas o principal problema é que a autonomia dos veículos eléctricos ainda é muito limitada quando comparada com um veículo com motor de combustão. A autonomia poderá andar entre os 100km e os 200km em média consoante o tipo de veículo. Outro problema importante é o tempo de carga em comparação com o abastecimento dos veículos actuais. Mesmo os carregamentos rápidos, que não são aconselhados mais que uma vez por dia, demoram mais tempo.
E é preciso dar um destino adequado à bateria no seu final de vida.

Outro aspecto muito importante são as emissões de carbono.
Porque se de facto o carro em si não tem emissões de CO2 é preciso saber qual a origem da electricidade usada para “abastecer” o carro e qual é o processo de fabrico do carro (baterias..). O ideal seria que a energia usada para carregar a bateria fosse proveniente de fontes renováveis, o que tornaria este processo mais sustentável. Isto pode acontecer se o carregamento das baterias for feito no chamado período de "vazio", ou seja à noite, mas durante o dia já não se passa o mesmo.

Outro aspecto importante é o benefício dado aos construtores. Tal como a Quercus alertou a legislação europeia criou os chamados supercréditos, que permitem aos construtores venderem mais de três veículos com elevado consumo de combustível por cada veículo eléctrico vendido. O que pode levar de facto a um aumento das emissões de CO2 e não a uma diminuição.

Mário Valença
Nº 41274

Anônimo disse...

Como sabemos os carros 100% eléctricos não tem qualquer emissão de gases, logo são ecológicos. No entanto os materiais usados na construção dos carros eléctricos são diferentes dos usados nos carros com motor a combustão, nomeadamente, na parte das baterias. Logo a destruição das baterias deste polui mais do que nos carros que utilizam combustíveis fosseis.
O que me leva a mim e muita gente a pensar que se os carros eléctricos aumentam as emissões para a atmosfera, não são assim tão benéficos como esperaríamos.

Verena Moura nº33455

Luis Rebelo disse...

O carro eléctrico é uma boa opção de melhoria da eficiência energética e da mobilidade no sector dos transportes mas não é a única opção, nem possivelmente a que traz maior poupança de energia. Também não engloba em si a resposta a todas as questões relativas ao tema dos transportes (mobilidade e eficiência energética).

Acho que o maior ganho que se pode obter em energia útil e qualidade ambiental no sector dos transportes, advém de:
- Centrar o beneficiário da mobilidade urbana no peão e não no automóvel, proibindo o trânsito de veículos em grande parte da malha urbana, promovendo estruturas de transporte público eficientes, bicicletas e acesso pedonal;
- Transferir o uso do transporte privado para o transporte público;
- Diminuir a intensidade dos percursos pendulares de longo-curso (ex. centro urbano - periferia);
- Acho importante saber quão eficiente poderá ser a introdução de soluções de biocombustíveis e biogases como fontes de energia para os transportes, numa lógica de aproveitar os ciclos de resíduos sólidos urbanos. Criando abastecimento urbano, para transporte público e individual nas cidades e periferias, numa escala em que a produção de biocombustíveis é rentável - em escala local

Luis Rebelo 34605 disse...

Algumas considerações:

1 - No PNE2010, apresenta-se a meta de que em 2020, 10% da energia que foi consumida pelos transportes em 2009, passe a ser energia eléctrica, proveniente de fontes renováveis (eq. a -10^6 barris petróleo importados), com destino de uso final em carros eléctricos.

Apesar de não ser explícito que a penetração dos carros eléctricos acompanha identicamente a da energia eléctrica de fonte renovável (poderão prover-se de electricidade de fonte não renovável), acho que, um aumento de 1% ao ano (a 10 anos) de energia eléctrica renovável para transportes, é uma forma condicionada de o governo garantir a entrada gradual de carros eléctricos na rede de abastecimento.

Em minha opinião, a entrada de carros eléctricos encontra-se condicionada a ser muito gradual.

2 - A introdução do carro eléctrico vai ser rentabilizada pelas produtoras de carros , através da rentabilização das vendas das frotas actuais, de carros a combustão interna (e.g. fazendo uso de legislação permissiva - créditos de troca por venda - preços de venda dos carros eléctricos elevados, introdução lenta dos motores eléctricos no mercado), assegurando assim que os carros eléctricos só serão representativos no mercado quando houver um mercado à dimensão nacional para os comprar, em consumo corrente.

*O tempo de implementação deste mercado dependerá maioritariamente da acção do governo,incentivando do lado do consumo (créditos, incentivos fiscais) e/ou do lado da oferta (legislação apertada, obrigações de atingir volumes definidos de carros, eléctricos e de combustão interna, no mercado, em prazos definidos). É de notar que o incentivo unicamente no lado do consumo vai conduzir a gastos/diminuição de receitas elevadas, por parte do governo, no sector dos transportes, assim acho que deve haver uma participação forte das produtoras de carros em criar o mercado nacional de carros eléctricos.

3 - O consumo actual de energia eléctrica (com maior contribuição de edifícios domésticos e serviços e transportes) tende a crescer a 5-6% ao ano, numa taxa superior à taxa de incremento anual de energia eléctrica de origem renovável.

Baseando-se nesta tendência, o aumento de carga representado pela transição dos motores de combustão interna para motores eléctricos, entrará em conflito com as cargas actuais, em crescimento, alimentadas a energia eléctrica de origem renovável.
Como não se prevê a mudança destes consumos para outras formas de energia que não a eléctrica até 2020 (nomeadamente aparelhagem de indústria, aparelhagem doméstica, climatização, iluminação), o carro eléctrico estará em exclusão competitiva com estes sectores no regime de carga diário.

No regime de vazio, sustentado em energia eólica e hidroeléctrica, o carro eléctrico vai partilhar o período de carga, com consumos domésticos e de serviços gradualmente transitados do regime diário.

*É preciso assegurar que o potencial de capacidade renovável a instalar, será suficiente para fornecer os vários consumos, e que o ênfase da transição dos regimes de carga não é colocado unicamente nos transportes, descurando a eficiência energética dos outros sectores.

*Uma alternativa à possível exclusão competitiva nos regimes de carga diário e em vazio, será o uso de produção descentralizada eléctrica, em micro-geração e redes inteligentes, o que implica uma maior racionalização do consumo por parte dos proprietários-produtores, que passam a gerir diariamente mais uma carga na factura energética.

Luis Rebelo 34605 disse...

4 - Um regime de carga suportado unicamente por uma fonte de energia, eólica, fragiliza a segurança de abastecimento energético do sector, levando a que se procurem desenvolver outros projectos piloto diferenciados que possam complementar o abastecimento de energia para os transportes.

5 - O 'ganho' em emissões de CO2 para a atmosfera em virtude de um aumento de eficiência energética no sector dos transportes iguala a dimensão do mesmo ganho por aumento da potência instalada de abastecimento eólico para o mesmo sector ~ 10^7TCO2 (valores para 2020, retirados do PNE 2010).

6 - Até 2025 espera-se que a rede piloto de carregamento eléctrico esteja instalada em 25 municípios. Évora será o primeiro que terá a rede instalada.

Anônimo disse...

Penso que os carros eléctricos são uma óptima alternativa, mas é obvio que para isso o seu abastecimento tem de ser feito de forma “limpa”. No entanto, todos temos a ideia que o futuro de um bom sistema electroprodutor está assente num “mix” de fontes energéticas, portanto não tenhamos a falsa pretensão de a curto prazo vivermos num mundo sem emissões. No caso dos carros eléctricos, estes têm o enorme potencial de poderem ser carregados nas horas de vazio, podendo ser abastecidos por fontes não reguláveis como a eólica. O ponto fraco é a sua autonomia e ainda o problema ambiental ligado às baterias, pois estas são produzidas a partir de material altamente poluente.
A nível nacional, acho muito importante a existência de uma rede nacional de carregamento, a MOBI.E, a qual prevê a instalação de uma Rede Piloto com 1300 postos de carregamento normal e 50 postos de carregamento rápido em espaços de acesso público em Portugal Continental. Em relação aos incentivos fiscais, acho que são imprescindíveis numa fase inicial, pois não nos podemos esquecer que assentam na tentativa de diminuirmos a nossa dependência energética do exterior. No entanto, acho que é completamente disparatado “compensar a venda de veículos eléctricos com a venda de veículos mais poluentes”, pois assim acabamos por distorcer o princípio original da criação de carros eléctricos.

Inês Mendes
41277

Anônimo disse...

Penso que o incentivo que o estado vai dar de cerca de 36,5 milhões de euros de apoio previsto no Orçamento do Estado a cinco mil veículos eléctrico, é bom para começar a criar hábitos de utilização de veículos eléctricos, e espero que o estado consiga controlar, de onde é gasta essa energia, como começa com 5 mil veículos acho que conseguimos controlar as emissões de CO2, visto que não entram em circulação muitos carros, e dá para implementar a produção de energia verdes, para o consumo destes, e como o carro eléctrico não consegue ter o mesmo rendimento de um carro, normal é bom, que num futuro se consiga conjugar um carro eléctrico que trabalhe com outro motor que consuma combustível também ecológico, um pouco a imagem do honda civic ima, mas na vez de o outro motor consumir gasolina, consuma biodisel, para assim termos mais autonomia.

Gonçalo Costa 35215

Anônimo disse...

Os carros électricos, toda a gente sabe que são a melhor hipótese para haver uma diminuição dos gases com efeito de estufa. Mas como já foi dito se ao carregar a bateria do carro se estiver a usar energia proveniente dos combústiveis fósseis assim não se ganha muito com esta aquisição. Outra questão que não muito é abordada é a questão das baterias dos carros elécticos que têm de ser mudadas com mais regularidade do que as dos carros a combustíveis fossesis o que também não é bom para o ambiente.
Por isso ainda há muitas lacunas nesta sector que precisam de ser bem esclarecidas.
Ana Rita Pinheiro, n º32609

Anônimo disse...

A produção de electricidade a partir de renováveis tem de ser e será gradual, e estamos num caminho para isso por isso penso que será de apostar na aquisição destes carros. Pior seria se não se fizesse nada. A não esquecer: melhorar e alargar a rede de transportes de públicos. Torná-los também menos poluentes, mas mais cómodos e com uma rede de cobertura maior.
Maria Beatriz Barradas, nº32618

Anônimo disse...

Penso que é importante a implementação dos carros eléctricos mesmo que a eléctricidade provenha de centrais termoeléctricas, porque emitem menos gases com efeito estufa comparando com os carros para a mesma energia necessária. Também temos de ter noção de que os países procuram cada vez mais incorporar energia limpa na sua produção eléctrica.
Sérgio Dias nº36365

Gonçalo Ferreira disse...

A migração do sector dos transportes para veículos eléctricos não deixa de ter associada a emissão de GEE. A utilização de veículos eléctricos só seria totalmente carbono zero se toda a energia que fosse gasta fosse proveniente de fontes renováveis. Actualmente isso não acontece e não é previsível que venha acontecer a curto prazo. Assim sendo, as medidas aplicadas aos construtores automóveis (i.e cada carro eléctrico dá liberdade aos construtores de vender mais 3,5 carros convencionais) não fazem sentido, ainda menos com o rácio que é atribuído. Sendo o mercado regulado pela UE não deveria haver qualquer rácio deste género, deve haver sim incentivos ficais na altura da venda ao consumidor. Assim não haveria a tentação das grandes marcas de criarem carros eléctricos apenas para 'enganarem' a balança de emissões e apenas as marcas mais eficientes subsistiriam no mercado europeu. É discutível se num momento de crise económica e em que há cortes a fazer se deva atribuir um incentivo fiscal assim tão grande aos carros eléctricos mas a mim pessoalmente não me chocam os valores em causa, até porque neste momento o estado leva uma fatia bastante grande do valor de compra de qualquer automóvel.

Ainda que a utilização de carros eléctricos hoje em dia tenha associada a emissão de gases (produzidos na fonte) estes gases serão menos que utilizando motores de combustão/explosão a diesel/gasolina individuais pelos limites que se conseguem atingir em termos de eficiência dos processos. Assim sendo, se falarmos apenas de eficiência, será mais eficiente queimar o petróleo em centrais termoélectricas produzindo electricidade em turbinas a vapor do que queimar o petróleo em motores de explosão.

Para que a utilização destes automóveis seja mais eficiente e inteligente deve haver, por parte de quem regula os pontos de carregamento ou venda de energia para carregamento dos carros, mecanismos de incentivo ao carregamento em horas de vazio, tais como tarifas bi-horárias ou preços diferenciados ao longo do dia.

Gonçalo Ferreira, 36333