Mais do que uma obrigação, o tecido empresarial português está hoje mais consciente das vantagens decorrentes do processo de auditoria. «A gestão de energia é, cada vez mais, um factor de grande relevância nos custos totais de uma empresa, prevendo-se que o mercado continue a evoluir», assinala Carlos Gaspar, director técnico da CMFG – Energia e Ambiente.
De qualquer modo, destaca o responsável, «até 2005, este era um mercado relativamente estagnado. Em todo o País eram feitas em média 35 auditorias para cumprimento do Regulamento de Gestão do Consumo de Energia (RGCE), cuja revisão deverá estar concluída até ao final do ano.
O balanço feito por Mário de Matos, do núcleo de Energia do Instituto de Soldadura e Qualidade é semelhante: «Há dez anos as auditorias energéticas eram um negócio marginal, enquanto hoje movimentam valores apetecíveis».
«Os empresários podem retirar benefícios da realização de auditorias e da possibilidade de subsequentes poupanças e respectivas reduções de custos resultantes de planos de racionalização energética, independentemente das obrigações legais», aventa.
Segundo Carlos Gaspar, na grande maioria das empresas, «as medidas implementadas permitem reduções do consumo de energia na ordem dos dez a 15 por cento». Entre os benefícios que podem resultar das auditorias, destaque para o aumento da eficiência energética dos equipamentos instalados, a redução da factura energética, a redução do custo unitário de produção, a identificação de situações de desperdício de energia e respectiva correcção e a redução de impactes ambientais.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Revisão do RGCE até final do ano
Até ao final do ano deverá estar concluída a revisão do Regulamento de Gestão do Consumo de Energia (RGCE). De qualquer forma, a partir de meados de Setembro já deverão ser conhecidas novidades sobre o documento, acrescentou a mesma fonte.
O regulamento que existe actualmente é de 1982 e foi desenvolvido com o objectivo de reduzir o consumo energético dos grandes consumidores de energia e estabelecer metas para as empresas progressivamente reduzirem os seus consumos específicos através de planos de racionalização. «Uma vez que já passaram 25 anos da sua publicação, é natural que careça de alguma actualização já que ao longo deste período houve uma grande evolução tecnológica», sublinha Mário Matos, do núcleo de Energia do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ).
O regulamento é aplicável a empresas que possuam um consumo energético superior a 1000 toneladas equivalentes de petróleo (tep) por ano; equipamentos cuja soma dos consumos energéticos nominais seja superior a 0,5 tep/hora; e, pelo menos, um equipamento com consumo energético nominal superior a 0,3 tep/hora.
Essas empresas, ao abrigo da legislação actualmente em vigor, estão obrigadas a realizar uma auditoria energética e um Plano de Racionalização dos Consumos Energéticos (PRCE) para os cinco anos subsequentes. «Esta obrigatoriedade não faz muito sentido, porque chegará uma altura em que a empresa já é tão eficiente que não terá mais onde poupar», afirma Mário Matos.
O regulamento que existe actualmente é de 1982 e foi desenvolvido com o objectivo de reduzir o consumo energético dos grandes consumidores de energia e estabelecer metas para as empresas progressivamente reduzirem os seus consumos específicos através de planos de racionalização. «Uma vez que já passaram 25 anos da sua publicação, é natural que careça de alguma actualização já que ao longo deste período houve uma grande evolução tecnológica», sublinha Mário Matos, do núcleo de Energia do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ).
O regulamento é aplicável a empresas que possuam um consumo energético superior a 1000 toneladas equivalentes de petróleo (tep) por ano; equipamentos cuja soma dos consumos energéticos nominais seja superior a 0,5 tep/hora; e, pelo menos, um equipamento com consumo energético nominal superior a 0,3 tep/hora.
Essas empresas, ao abrigo da legislação actualmente em vigor, estão obrigadas a realizar uma auditoria energética e um Plano de Racionalização dos Consumos Energéticos (PRCE) para os cinco anos subsequentes. «Esta obrigatoriedade não faz muito sentido, porque chegará uma altura em que a empresa já é tão eficiente que não terá mais onde poupar», afirma Mário Matos.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Certificado energético valoriza novos edifícios
A partir de 1 de Julho todos os edifícios com mais de mil metros quadrados vão ser acompanhados, obrigatoriamente, por um certificado de eficiência energética para que possam ser licenciados. «Um bom edifício poderá ser uma mais-valia para os construtores, já que o poderão vender por um preço mais caro», ressalta João Farinha Mendes.
O director da Unidade de Energia Solar e Térmica de Edifícios, do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI) refere que esta certificação poderá implicar que, numa primeira fase, os consumidores paguem mais, mas «a tendência será para nivelar os edifícios pelas classes energéticas mais altas». Mesmo que os utilizadores tenham que pagar mais, defende Aline Delgado, da associação ambientalista Quercus, o investimento será recuperado porque «um menor consumo de energia implica que se gaste menos dinheiro».
De acordo com Farinha Mendes, que recorda o boom na construção na década de 90, as emissões de dióxido de carbono teriam sido diferentes se já tivéssemos uma legislação destas a ser aplicada. A exigência decorre da calendarização do Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos edifícios, que transpõe uma directiva comunitária relativa ao desempenho energético.
«O que está em causa é dar informação aos consumidores para que possam saber o que estão a comprar. Por outro lado, esta é a maneira que se arranjou de transmitir aos construtores a preocupação com a eficiência energética dos edifícios, que terão várias categorias à semelhança do que acontece com os electrodomésticos», explica Aline Delgado.
A partir do momento em que há uma melhoria na construção, este é um desafio para as próprias empresas, já que as obriga a usar soluções de melhor qualidade. «Trata-se de puxar o sector da construção para um nível superior. É também um desafio à nossa classe de arquitectos, uma vez que a auto-suficiência energética começa por se aplicar correctamente os regulamentos, mas também por os edifícios serem concebidos o mais possível de acordo com a construção bioclimática», destaca o especialista do INETI. «Os colectores solares nos edifícios não terão um efeito tão significativo se os arquitectos não desenharem os edifícios já a prever a incorporação dessas tecnologias», especifica.
A partir de 2009, esta exigência vai ser alargada às casas antigas, construídas antes da nova legislação. Desta forma, quem comprar ou arrendar estes imóveis ficará a saber os seus valores de consumo de energia.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
AIE: Eficiência energética é medida que dá mais resultado a curto prazo
Paris, 15 Outubro 2007 - A Agência Internacional da Energia (AIE) pediu hoje aos Governos que adoptem medidas de eficiência energética, pois a curto prazo são as que oferecem maiores resultados para enfrentar a mudança climática e os problemas de abastecimento.
Em comunicado, o director executivo da AIE, Nobuo Tanaka, disse que "a eficiência apresenta uma oportunidade única: não só economiza energia, mas também reduz os custos e as emissões de CO2 (dióxido de carbono)".
"Uma proporção significativa do potencial das conquistas da eficiência energética é perdida por causa das barreiras no mercado da energia", alertou Tanaka durante a apresentação de um relatório que lista os principais problemas causados pela relação entre clientes e prestadores de serviços.
Os autores do relatório indicam que estas barreiras impedem os consumidores de assumirem a responsabilidade por certas consequências - em termos de consumo de energia - dos produtos ou serviços que utilizam. Como exemplo, lembram que, quando um inquilino aluga um imóvel mobiliado, paga as contas de luz, mas não pode influenciar na escolha dos electrodomésticos, comprados pelo proprietário, que não tem incentivos para escolher aqueles que consomem menos, já que não pagará pela energia utilizada.
Outro exemplo é o dos descodificadores de televisão, que representam 1,5% do consumo residencial total nos Estados Unidos, e sobre cujo consumo de energia os fabricantes também não têm incentivos, já que não serão eles que pagarão a conta de luz.
No relatório, a AIE - que reúne os grandes Estados consumidores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - reconhece que a eliminação dessas barreiras para a eficiência energética é "complexa" e que não basta apenas uma única política. Para discutir a questão, os Governos deveriam primeiro elaborar contratos nos quais os intervenientes fossem confrontados com os custos da energia gerados pela actividade.
Uma segunda medida proposta é regular o nível de eficiência energética em edifícios; e a terceira é melhorar o acesso à informação sobre as conquistas dessa eficiência energética. "Sabemos o que é preciso fazer, sabemos quais as políticas que funcionam, e agora os Governos têm que fazer três coisas: aplicar, aplicar e aplicar políticas de eficiência energética", disse Tanaka.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Portugal desperdiça 60% da energia que consome
Diário Económico
2007-06-14
Cada português gastou, em média, 12 barris de petróleo no ano passado. Um valor recorde para o consumo que representa também um máximo no desperdício: o fraco crescimento não justifica aumento do consumo.
Há três anos consecutivos que a economia portuguesa está a perder eficiência no uso do petróleo e a factura energética não pára de aumentar, tendo ultrapassado os 5% do Produto Interno Bruto em 2006, o valor mais alto dos últimos onze anos. Especialistas como Eduardo Oliveira Fernandes e Nuno Ribeiro da Silva avisam que o desperdício representa 60% da energia consumida em Portugal.
Segundo dados da British Petroleum (BP) publicados esta semana, o consumo de crude está a acelerar desde 2003 apesar do choque nos preços internacionais da matéria-prima. Em 2006, cada português consumiu 12 barris de petróleo por ano, valor que revisita os recordes do período de maior expansão económica (1999 a 2002). O crescimento do consumo de petróleo registou uma quebra em 2003, ano de recessão, mas desde então que está a subir de forma ritmada (de 1,5% em 2004 para quase 5% no ano passado).
No entanto, esta maior intensidade energética da economia não se traduziu em mais crescimento, como provam os dados do PIB dos últimos anos. Pelo contrário, em 2006, Portugal precisou de pagar quase 51 euros para criar 1.000 euros de riqueza (PIB), naquele que é o maior valor desde 1985, e outra forma de ler a factura energética.
A generalidade dos especialistas concorda que a ineficiência no uso da energia é o maior problema do país. Ribeiro da Silva tem sublinhado que “a energia que desperdiçamos é o nosso maior recurso”. Se Portugal conseguisse reduzir em 20% o seu consumo de energia com recurso a mais eficiência pouparia 1,2 mil milhões de euros anuais, avançou o ex-secretário de Estado. Luís Mira Amaral, ex-ministro da Indústria, pede uma maior modernização dos meios e sistemas de transportes, um dos sectores onde o desperdício “é mais dramático”, estratégia que também é considerada prioritária por muitos outros peritos. Oliveira Fernandes, professor do Instituto Superior Técnico, reitera que “60% do consumo é desperdiçado”, ao mesmo tempo que pede um reforço “cada vez maior nas fontes renováveis”, como as eólicas e a energia solar, e na modernização das construções, outro dos pontos por onde se escapa boa parte da energia. Esta é comprada ao estrangeiro, a preços significativamente elevados, tendo em conta o contexto de forte contenção do lado da oferta e de procura cada vez maior por causa da emergência de novas economias, como China e Índia.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Eficiência energética na Europa: "Cada dia que adiamos é um erro"
(veja video)
Foi esta a mensagem deixada pelo Comissário da Energia, Andris Piebalgs, no encontro entre a Comissão da Indústria e Energia do PE e representantes dos parlamentos nacionais, nos dias 24 e 25 de Janeiro. Numa altura em que a Europa enfrenta os efeitos das alterações climáticas, os elevados preços do petróleo proveniente de Estados instáveis e a "disputa do gás" entre a Rússia e países vizinhos, melhorar a eficiência energética e coordenar a abordagem europeia nunca foi tão importante como hoje.
Em 2030, a UE deverá importar 90% do petróleo e 80% do gás natural que consome, grande parte do qual provém de regiões instáveis, como o Médio Oriente. Os receios sobre os fornecimentos energéticos foram agravados com o recente corte do abastecimento pela Rússia e a sua disputa com os países vizinhos e pela crescente tensão com o Irão. Na abertura do debate, o Presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrell, afirmou que tudo isto veio "demonstrar a vulnerabilidade da Europa” num mundo em que “a energia será cada vez mais utilizada como uma arma”.
A tecnologia poderá abrir caminho à eficiência energética
A boa notícia é que as reservas de petróleo e de gás natural não dependem apenas do que se passa no campo geo-político – as pessoas podem ter, no seu dia-a-dia, um impacto enorme na poupança de energia. Actualmente, os edifícios europeus consomem cerca de 40% de toda a energia utilizada na UE e as casas privadas gastam dois terços do total. O simples facto de mudarmos para lâmpadas de baixo consumo, que gastam cinco vezes menos electricidade do que as normais, pode fazer uma grande diferença. 10% da energia total que gastamos em casa é consumida aos deixarmos alguns electrodomésticos em "stand-by", como as televisões e os vídeos. Para além disso, "já existe" tecnologia prática e com provas dadas para nos ajudar a poupar nas contas de aquecimento, refere Andrew Warren, da ONG europeia do sector da construção “Euro ACE”.
A importância da tecnologia para aumentar a eficiência energética é defendida pelo eurodeputado espanhol do Partido Popular Europeu Alejo Vidal-Quadras, o relator da Comissão da Indústria e Energia do PE sobre este assunto. O eurodeputado destaca a contribuição que a tecnologia pode dar no combate às alterações climáticas e critica as tentativas de limitar os investimentos da UE na área tecnológica nas próximas Perspectivas Financeiras 2007-2013.
Cerca de 70% do petróleo utilizado na UE vai para o sector dos transportes, sendo os automóveis responsáveis por metade da energia consumida neste sector. A eficiência dos carros em termos de combustível melhorou bastante devido a um acordo voluntário com a indústria automóvel no sentido de reduzir o consumo de combustível dos veículos – em 2008-2009, os carros serão 25% mais eficientes no uso do combustível do que em 1998. No entanto, o número e utilização crescentes de automóveis irá provavelmente reduzir estes ganhos e o recurso a outras medidas (como os impostos sobre os combustíveis) será uma opção a considerar para melhorar a eficiência energética.
Fonte: Parlamento Europeu
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
1º dia de aulas
As aulas de Eficiência Energética do Mestrado Integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente têm início no dia 24 de Setembro de 2007, no edifício solar XXI (INETI).
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